Tipos de Feijão no Brasil
Tentamos abranger todos os tipos de feijão comercializados no Brasil, desde os mais conhecidos e sempre presentes na mesa do brasileiro até alguns que você nem fazia ideia e que podem te dar ideias para novos pratos e receitas.
Fontes de fibras, proteínas, vitaminas – principalmente do complexo B – ferro e minerais, o feijão é peça fundamental na formação da dieta do brasileiro, junto do arroz formam a mais famosa dupla nas cozinhas do nosso país.
Feijão preto
Difícil não começar com ele, nosso embaixador e representante máximo e principal componente da feijoada brasileira, mas ele não está somente presente na feijoada como em várias receitas ao redor do mundo e principalmente na América Latina onde temos pratos como Frijoles Negros, Moros y Cristianos e Gallo Pinto.
Seu sabor é mais forte que de outras variedades e produz um caldo escuro e forte que pode até mesmo ser utilizado sozinho para fazer sopas e cozidos e há receitas onde ele até mesmo substitui a carne devido ao seu gosto forte.
É uma excelente para quando você quiser encorpar e dar força para cozidos e ensopados ou precisar acompanhar ingredientes mais pesados ou de sabor proeminente.
Feijão Carioca
Outros nomes: feijão carioquinha.
Se o feijão preto é o mais famoso, o carioca é o campeão de vendas, sendo o mais consumido no país e contrariando a crendice popular, seu nome não foi inspirado pelo Rio de Janeiro – que consome muito mais o tipo preto que vimos acima – mas sim de uma raça de porcos presente na região do sul de São Paulo onde era produzido, a raça Carioca, que é característica por sua pele clara e manchas escuras.
Feijão vermelho
Devido à sua coloração e ao seu formato parecido com um rim, é chamado lá fora de Red Kidney, encontrado na coloração mais escura ou mais clara, sendo a primeira a mais comum no Brasil, possuem uma textura firme e seus grãos resistem mais ao cozimento, o que o torna ideal para sopas e cozidos que tomam mais tempo, além disso são muito utilizados em saladas e chilis.
Feijão Rajado
Outros nomes: cavalo.
Grão claro e longo rajado de rosa ou vermelho escuro, seu sabor levemente doce e terroso o torna conhecido em alguns países como feijão doce ou Sugar Bean, é consumido principalmente no Norte do país.
Feijão-fava
Outros nomes: feijão-lima, fava-belém, feijão-farinha e mangalô-amargo.
Possuindo um grão maior do que o feijão comum e em várias cores, a fava (Phaseolus lunatus) é muito produzida no nordeste, devido à sua adaptabilidade ao clima seco do semi-árido, onde é utilizada para alimentação humana, animal e como adubação verde.
Feijão Bolinha
Outros nomes: feijão-canário.
Introduzido no Brasil por colonizadores portugueses é muito produzido no sul de Minas Gerais, com grãos variando de verde a amarelo e de formato arrendondado – daí o seu nome – devido à sua origem é utilizado principalmente em pratos de origem portuguesa. Na cozinha possui um grão muito firme, mesmo quando bem cozido, sendo ideal para cozidos e saladas, possui um sabor amendoado bastante marcante e não engrossa o caldo tanto quanto o feijão preto por exemplo, indo muito bem com ingredientes terrosos como raízes e/ou com sabor forte como carnes curadas e linguiças por exemplo.
Feijão Branco
Além dos característicos grãos quase brancos, também são maiores que outras variedades comuns, seu sabor é mais suave e seu caldo é praticamente uma sopa de tão ralo, sendo por isso ideal para preparo de cozidos, saladas e sopas.
Feijão Jalo
Grãos longos e de cor amarelada, seu caldo é de tom avermelhado e um sabor semelhante à castanha, sendo muito consumido em Minas Gerais, Goiás e região Norte.
Feijão Rosinha
Grão de cor bege ou rosa, desde os anos 70 vem sendo substituído pelo feijão carioca nas cozinhas brasileiras, devido à sua cor, seu caldo é mais claro que o do carioca.
Feijão Roxo
Popular em Minas Gerais pode ser consumido em refogados e vai bem com outros legumes.
Feijão Guandu
Outros nomes: andu, ervilha-verde, ervilha-de-pombo, anduzeiro, guandeiro, guando e boer.
Desconhecido pela maioria da população, o Guandu (Cajanus cajan) é um feijão de fácil digestão, mas com valores nutricionais semelhantes ao de corda e comum, além disso se você o comparar à ervilha, o guandu verde possui um valor nutricional maior que esta, e há um ponto de destaque que é a vitamina A: o guandu possui 5 vezes mais vitamina A que a ervilha.
Produzido e consumido principalmente no nordeste principalmente no famoso baião-de-dois e em outras receitas típicas como arrumadinho e guandu de forno, também pode ser utilizado em saladas, risotos, cozidos e demais receitas.
Feijão Caupi
Outros nomes: feijão-de-corda, feijão-macassa, feijão-de-praia, feijão-da-colônia, feijão-de-estrada, trepa-pau, feijão-miúdo, feijão-mineiro, feijão-gurutuba e feijão-careta.
Originário da África e por isso mais resistente à seca, foi inserido na Bahia de onde então se espalhou inicialmente pelas regiões Norte e Nordeste, onde se adaptou bem ao clima, e posteriormente para o Centro-oeste, o Caupi (Vigna unguiculata) é diferente do feijão comum (Phaseolus vulgaris) e podem ser encontrados nos mercados e feiras os grãos frescos ou secos. O Caupi é muito utilizado na cozinha nordestina em pratos típicos como o baião-de-dois ou o acarajé, sendo também muito consumido refogado, cozido ou em saladas.
Existem diversas subclasses do Caupi que são divididas principalmente por cor e textura, abaixo estão as mais marcantes em questão de diferença:
Fradinho
Branco e com um círculo preto, produzido principalmente na Bahia onde é utilizado principalmente no preparo do acarajé, é o mais adequado para comércio internacional e bastante consumido nos EUA onde, assim como todo feijão Caupi, recebe o nome de “blackeyed peas” (sim, igual à banda).
Manteiguinha
Manteiga ou manteiguinha, é bastante presente na região Norte do país, sendo bem pequeno e com coloração creme. Quase extinto, seu cultivo vem sendo resgatado no Pará.
Preto
São as variedades escuras do Caupi, podendo ser foscas ou brilhantes.
Azulão
Assim como o próprio nome diz, os grãos desta subclasse possuem a superfície azulada.
Corujinha
Grãos de cor acinzentada ou azulada, no Maranhão e Tocantins seu cultivo é realizado principalmente para a produção de grãos secos e em outros estados para a comercialização do grão fresco.
Mulato
Grãos de cor marrom em diferentes tonalidades e formatos, a textura varia entre lisa e rugosa.
Vinagre
Caupi de cor vermelha e com uma mancha mais clara levemente esverdeada, é cultivado no Estado do Maranhão em pequena quantidade para produção de grãos secos e no Sul do país para adubação e forrageira.
Sempre-verde
Grãos levemente esverdeados.
Verde
Grãos com superfície na coloração verde.
Canapu
Subclasse que compreende os grãos de cor clara amarelada, arredondados e apresenta sabor agradável.
Feijão Azuki
Outros nomes: feijão japonês, feijão-arroz, feijão-azuqui.
Azuki (vigna angularis) aqui no Brasil normalmente consiste em pequenos grãos vermelhos, mas pode se apresentar em uma variedade de cores em outros países,
Tradicionalmente é utilizado para o preparo de doces principalmente em forma de pasta (anko em japonês), presente em vários pratos da culinária oriental como anpan, daifuku, taiyaki e até mesmo sorvetes.
Feijão Mungo
Outros nomes: feijão-da-china.
Grãos pequenos e verdes, o Mungo (Vigna radiata L.) tem origem indiana e é bastante presente em culturas orientais, sendo aqui no Brasil seus grãos comumente consumidos nas colônias japonesas, mas os brotos de Mungo (Moyashi em japonês) são utilizados em vários pratos orientais e saladas aqui no país, tendo fãs em todos os lugares.
Rico em proteína, vitamina B e ferro, e é utilizado tanto em pratos salgados quanto doces, suas vagens podem ser consumidas cozidas em água, refogadas, fritas ou até mesmo cruas em saladas, já os grãos secos podem ser cozidos normalmente como outras variedades e os brotos do Mungo, que aqui conhecemos pelo famoso nome em japonês Moyashi, podem ser consumidos em saladas e refogados.
Se você conhece outra variedade ou tipo de feijão brasileiro que não esteja aqui, deixe seu comentário!
Fontes: